Alforria
Letra: Marcelo Penna
Música: Armindo Ribeiro
Sai e nem me avises de que precisas de sair
Vai, deixa teu corpo se reencontrar com o que partiu
Eu não quero o teu sorriso, segue a voz que te seduz
Teu olhar qu'era meu guia já não brilha, nem conduz
Vou ser livre um dia da tirania do amor em mim
Toma tua alforria, deixo-te livre no teu jardim
Eu não quero este destino que te tem tão preso a mim
O amor que faz sentido é a dois, deixo-te ir
Onde eu vi um dia amor, só restou obrigação
Houve um dia alegria, hoje nem satisfação
A rosa que se plantou, já secou neste verão
Sai e nem me avises, já não precisas te despedir
Há um sorriso na lua
Letra: Zabel Moita
Música: Armindo Ribeiro
Há um sorriso na lua
Uma magia, um não-sei-quê que me encanta
Que a olho com a alma nua
Rezo uma Avé Maria como se fosse santa
Mas quando a lua se esconde
Atrás de um monte
Ou adormece atrás do mar
Então se enternece todo o meu ser
Ai, como a lua
Eu me escondo
Me aperta a garganta
E me ponho a chorar
Fico saudosa
Do seu luar
Amor perdido
Letra: Anabela Ribeiro e Armindo Ribeiro
Música: Ivo Guedes
Este amor perdido entre o Zé e a Maria
Na cara um sorriso, no coração uma ferida
Ele errou na escolha, falhou ao compromisso
Fechou seu coração, optou pelo juízo
Sentia paixão quando a via
Mas o tempo passa e não perdoa
Mais um olhar, uma emoção, um sentimento
Talvez p’ra vida, talvez só um momento
Este amor perdido entre o Zé e a Maria
Na cara um sorriso, no coração uma ferida
Jamais lhe perdoara, mas tanto o queria
Negando-lhe a palavra, assim ela o castiga
Sentia paixão quando o via
Mas o tempo passa e não perdoa
Mais um olhar, uma emoção, um sentimento
Talvez p’ra vida, talvez só um momento
O que seria da canção
Letra: Marcelo Penna
Música: Armindo Ribeiro
O que seria de uma flor se do espinho não dispor,
São os dentes de uma flor que mantêm ela no chão
O que seria do verão, se do inverno que passou,
não nascesse um novo amor
Que seria do dançar sem o som pra embalar
Que seria do morrer sem o tempo de viver
O que seria do luar sem o escuro pra firmar,
É no escuro que há luar e namoro no portão
O que seria da canção sem palavras pra cantar
O que diz meu coração
Que seria de uma mãe, sem ter fruto pra gerar
O que seria do viver sem você pra me escolher
O que seria dum olhar sem o brilho do coração
O que seria da canção
O que seria do amor sem o calor duma paixão
O que seria da canção
Lições da vida
Letra: Zabel Moita
Adaptação: Armindo Ribeiro e Marcelo Penna
Música: Armindo Ribeiro
Se este ar leve fosse eterno
Se este riso fosse verdade
Se este gesto tão altivo
Fosse isento de vaidade
Se este olhar tão alegre
Se não fosse um disfarce
Se de uma vida fosse
A soma certa, a conta exacta
Ai, rasgaria em mil pedaços
O caderno
Onde escrevi gritando
O meu inferno
Se em plena fantasia
Me mascaro desta cor
Se da noite faço dia
À noite me entrega somente a dor
Se este olhar tão alegre
Se não fosse um disfarce
Se de uma vida fosse
A soma certa, a conta exacta
Ai, rasgaria em mil pedaços
O caderno
Onde escrevi gritando
O meu inferno
Nos altos e nos baixos
De uma vida de incertezas
No cofre de um sorriso
Escondemos as tristezas
Jardim Lusitano
Letra e Música: Armindo Ribeiro
Tens a tua face tão linda virada p’ro mar
Das tuas flores e campos eu quero cantar
Rosas, papoilas, malmequeres e, no monte, alecrim
Levo comigo a lembrança d’um belo jardim
Debaixo de cada pedra com lendas e histórias
Em cada esquina te esperam antigas memórias
Vestígios de guerras, conquistas, desgraças, grandezas
Cobrem de ouro e de prata terras portuguesas
Debaixo de um céu azul tão forte e profundo
Uma paisagem com cores de todo o mundo
Sinto um orgulho, um prazer, uma vaidade
Em ser herdeira do povo que sente saudade
Lendas
Música: Armindo Ribeiro,
Ivo Guedes,
Adélio Lopes,
André Krengel,
Jorge Rodrigues,
André de Cayres
(instrumental)
Sagres
Letra: Zabel Moita
Música: André Krengel
Anda o vento a rir-se
Das ondas
Do mar
Mas elas contentes
Rolam indiferentes
Ao riso do ar
E o vento irado
Olha torturado
Tanta felicidade
E sopra, e sopra
E sopra
Com tanta vileza
Que as ondas
Se alteram
Mas ganham beleza
Crescem
Cantam alto
E tenho a certeza
Que de novo
O vento as olha invejoso
É que o mar
E as ondas
São sempre um poema
A quem dar o coração?
Letra: Anabela Ribeiro, Marina Ribeiro e Armindo Ribeiro
Música: Armindo Ribeiro
Tem andado a pensar
Que fazer da sua vida
Está na hora de casar
E ela segue indecisa
Ai que complicado
Tomar uma decisão
Tantos homens que lhe agradam
Qual o preferido?
Marco, Miguel
Tiago, Rafael
Paulinho da esquina
Diogo ou Joel
Carlos, Filipe
Pedro, Dominique
Sérgio ou João
A quem dar o coração?
Um deles é muito rico
Outro um moço bonito
Um é muito inteligente
Outro é muito boa gente
Ai que complicado
Tomar uma decisão
Tantos homens que lhe agradam
Qual o preferido?
Marco, Miguel
Tiago, Rafael
Paulinho da esquina
Diogo ou Joel
Carlos, Filipe
Pedro, Dominique
Sérgio ou João
A quem dar o coração?
Amor sem ciúme
Letra: Zabel Moita
Música: Armindo Ribeiro
Amor com ciúme não, não gosto, fere, é ruim
É doentio e, então, que vá pra longe de mim
Amor com ciúme mói quem está no lado contrário
E lentamente destrói, transforma a vida em calvário
Não ao amor com ciúme, não o aceito, arrenego
É faca de fino gume, que aos poucos mata meu ego
Não ao amor com ciúme, não o aceito, arrenego
É faca de fino gume, que aos poucos mata meu ego
Estou farto, gasto, cansado, porque o teu ciúme louco
Faz-me viver magoado, ir morrendo pouco a pouco
Amor com carinho puro, amor sem desconfiança
Com esse amor, eu te juro, o amor tinha outra esperança
Não ao amor com ciúme, não o aceito, arrenego
É faca de fino gume, que aos poucos mata meu ego
Não ao amor com ciúme, não o aceito, arrenego
É faca de fino gume, que aos poucos mata meu ego
Entoada vida
Letra: Patrícia Cruz
Música: André Cayres
Eles vêm me dizer
Que a sorte já foi lançada
Que é melhor entender
Que o cosmos não faz piada
E é uma benção poder
Subir correndo as escadas
Mas vêm me convencer
A estancar o amor nas veias
A abortar a primavera
Na hora de florescer
E de descobrir que o mundo
Reserva pra nós um final feliz
Cansa sentir quando se pensa
Letra: Fernando Pessoa ( Poesia III – Iniciação 09/11/1932 )
Música: Armindo Ribeiro
Cansa sentir quando se pensa
No ar da noite a madrugar
Há uma solidão imensa
Que tem por corpo o frio do ar
Neste momento insone e triste
Em que não sei quem hei-de ser
Pesa-me o informe real que existe
Na noite antes de amanhecer
Tudo isto me parece tudo
É uma noite a ter um fim
Um negro astral silêncio surdo
Tudo isto me parece tudo
É uma noite a ter um fim
Tudo isto me parece tudo
Mas à noite, negror sem fim
Um mundo mudo em silêncio
Ah, nada é isto, nada é assim
Ser fadista como eu
Letra: Zabel Moita
Música: Armindo Ribeiro
Ser fadista como eu e cantar o fado assim
Foi sina que Deus me deu quando a este mundo vim
Tenho na voz a alegria porque canto por prazer
O fado que em cada dia faz de mim outra mulher
Esta mulher que aqui canta o fado com tanto amor
Até cansar a garganta cantará seja onde for
Cantarei de olhos fechados, o fado que me deu vida
Se tenho os dias contados posso morrer de seguida
Ser fadista como eu e cantar o fado assim
Alforria
Há um sorriso na lua
Amor perdido
O que seria da canção
Lições da vida
Jardim Lusitano
Lendas
Sagres
A quem dar o coração?
Amor sem ciúme
Entoada vida
Cansa sentir quando se pensa
Ser fadista como eu
x
ALFORRIA
Nicht umsonst trägt das neue Album den mehrdeutigen Titel Alforria, der frei übersetzt Freibrief bedeutet. Im gleichnamigen ersten Song des Albums bezieht sich das Entlassen in die Freiheit auf eine sterbende Liebesbeziehung. Doch Sina Nossa beansprucht den Freibrief auch für den respektvollen, aber dennoch unkonventionellen Umgang mit der Fado-Tradition. Interpretierte man früher auch die bekannten Klassiker von Amália Rodrigues und Carlos do Carmo, so konzentriert sich das Ensemble jetzt immer mehr auf eigene Kompositionen. Die sanfte, sinnliche Stimme von Anabela Ribeiro entführt die Zuhörer in eine poetische Welt. Neben eigenen Texten vertont die Gruppe Texte von Lyrikern aus dem lusophonischen Raum, unter anderem ein Gedicht des portugiesischen Dichters Fernando Pessoa – Cansa sentir quando se pensa (Es macht so müde, beim Nachdenken zu fühlen). Für Songs wie Há um sorriso na lua (Der Mond trägt ein Lächeln), Amor sem ciúme (Liebe ohne Eifersucht), Ser fadista como eu (Eine Fadosängerin wie ich) oder die Liebeserklärung an das Meer bei Sagres lieferte Zabel Moita die Texte. Die bekannte Keramikerin war mit Amália Rodrigues befreundet und widmete der Königin des Fado einige Gedichte, die aber vor deren Tod 1999 nicht mehr vertont wurden. Der in Portugal lebende Afro-Brasilianer Marcelo Penna, Komponist, Sänger, Instrumentalist und Schauspieler, trug die Lyrics zu Alforria (Freibrief) und O que seria da canção (Was wäre aus diesem Lied geworden) bei. Die in Rio de Janeiro geborene und in Deutschland lebende Sängerin Patricia Cruz lieferte den Text für Entoada vida (Neuer Lebensrhythmus). Alforria ist eine klischeefreie, gefühlvolle Hommage an die Lusophonie …
Baralho Falso
Letra: Ciro da Silva
Música: Armindo Ribeiro
Pra ti canto este fado
Fado que foi meu e teu
Amor sincero, apaixonado
Em que meu coração se perdeu
Só estava bem contigo
Sentindo o teu calor
Mas tu trazias contigo
Um baralho falso de amor
Amor que fostes o primeiro
Sem saber eu me perdi
Eu amei-te a tempo inteiro
E hoje choro por ti
E choro porque te amo
Porque ainda não te esqueci
E ainda tens o encanto
Da primeira vez que te vi
Amália Rodrigues
Letra: Ciro da Silva
Música: Armindo Ribeiro
Quando te oiço cantar
Com o teu sentir penetrante
E como o sol a brilhar
Nos teus olhos cintilantes
O fado da tua vida
Cantado por ti a vibrar
Com a tua voz sentida
Que põe-me sempre a chorar
Alma eterna sagrada
Que para o céu te mudaste
Bendita abençoada
Pelos fados que nos deixaste
És a mulher portuguesa
Que mais nos cantas e nos dizes
A mais linda das princesas
Querida Amália Rodrigues
Oiço-te desde menina
Com os teus fados cresci
Segui sempre os teus caminhos
E hoje canto p’ra ti
O fado da tua vida
Cantado por ti a vibrar
Com a tua voz sentida
Que põe-me sempre a chorar
A Mais Linda Flôr
Letra: Ciro da Silva , A. Ribeiro
Música: Armindo Ribeiro
Com a minha voz canto-te um fado
Fala-nos de nós em tom magoado
Eu quis fazer de ti
O vaso do meu amor
Plantar dentro de ti
A mais linda flor
Não sei aonde estás
Eu sinto que estás perto
Mas tu não és capaz
De sair
Desse deserto
Não te guardo rancor lembrando o passado
Amo-te com o mesmo amor, estás sempre ao meu lado
Lisboa Enfeitada
Letra: Ciro da Silva
Música: Armindo Ribeiro
Dá-me um beijo meu amor
Anda comigo à Mouraria
Santo António vem a Lisboa
Há festa, há romaria
Há cravos e manjericos
Nas varandas a florir
Os moços nos namoricos
Trazem Lisboa a sorrir
Hoje há festa bem rija em Lisboa
Toda ela está bem enfeitada
De Alfama à Madragoa
Há festa até de madrugada
Há cheiro à sardinha assada
Vinho do pipo a jorrar
Há fado à desgarrada
E Deus no céu a escutar
Até o Tejo parece
Que corre mais devagar
De manhazinha ao anoitecer
Oiço Lisboa a cantar
Essa Menina
Letra: Ciro da Silva, Armindo Ribeiro, Jorge Rodrigues
Música: Armindo Ribeiro
Sozinha, parada
Perdida, achada
Falsas promessas de que atrás andou
Pouco ou nada mudou
Essa menina
Dos olhos da côr da noite
Tantos sonhos e segredos
Ninguém quer que ela os conte
Anda iludida
Pelas ruas da cidade
Rolando sempre à deriva
Vai enganando a verdade
Seus olhos, tão tristes
Seu rosto, cansado
Sem pretender deixou que a vida a levasse
Como uma folha no vento
Leve e sem rumo nenhum
Lágrima
Letra: Carlos Gonçalves
Música: Amália Rodrigues
Confesso
Música: José Galhardo
Frederico Valério
Fado boémio e vadio
Música: E. Amoroso
Nuno Cerqueira
O Teu Amor
Letra: Ciro da Silva, Armindo Ribeiro, Jorge Rodrigues
Música: Armindo Ribeiro
Estrela que me ilumina
Sua luz é tão intensa, tão fina
Assim me sinto ao pé de ti
Em tudo confio desde que vi
O teu amor
Por mim
O sol que me aquece a alma
O seu calor me anima, me acalma
Assim me sinto ao pé de ti
Em tudo confio desde que vi
O teu amor
Por mim
A onda que me leva do alto mar
A um bom porto p’ra me salvar
Assim me sinto ao pé de ti
Em tudo confio desde que vi
O teu amor
Por mim
Naufrágio
Música: Ivo Guedes
(instrumental)
Baralho Falso
Amália Rodrigues
A Mais Linda Flôr
Lisboa Enfeitada
Essa Menina
Lágrima
Confesso
Fado boémio e vadio
O Teu Amor
Naufrágio
x
ENFADOAÇÃO
Mit diesem Album fing alles an...Kaum 3 Monate nach ihrer Gründung nahmen Sina Nossa im April 2005 bereits ihre erste CD im Audiospray-Studio in Köln auf. Zuerst nur in Eigenregie vertrieben und auf Konzerten verkauft, wurde das Album 2007 bei Neocord/Oomoxx neu veröffentlicht und in den Handel gebracht. Zur Zeit ist die CD einigen gut sortierten Musikläden erhältlich - oder direkt bei Sina Nossa zu beziehen (Bestellung per Email, Versand per Post, Vorkasse 15€, Porto inklusive).
Die meisten Songs von Enfadoação stammen aus der Feder von Armindo Ribeiro, der sich von den Texten des Fado-Sängers Ciro da Silva inspirieren ließ. Gitarrist Ivo Guedes hat ein schönes Instrumentalstück beigesteuert: In seinem "Naufrágio" kann man den Wind hören, die Dramatik förmlich erleben - alles ohne Samples, mit echten Instrumenten eingespielt, wohlgemerkt. Zu guter Letzt wurden auch drei bekannte Fados gecovert, um die Verehrung auszudrücken für all diese wunderbaren Melodien und all die Fado-Sängerinnen und Sänger, die Sina Nossa beeinflusst haben.
Der Name "Enfadoação" ist eine Wortschöpfung, die auf das stilistische Hauptelement in Sina Nossas Musik – dem Fado – hinweist sowie auf ihre Vorliebe, verschiedene Musikrichtungen zu verschmelzen.
ALFORRIA
ENFADOAÇÃO